FeLV

Já ouviu falar em FeLV?

Se você é um amante dos gatos com certeza já ouviu falar desta doença que atinge os felinos do mundo inteiro. A Leucemia Viral Felina - FeLV, é uma doença exclusiva dos felinos, não afetando cães e humanos. Foi descrita pela primeira vez em 1964 por William Jarret e sua equipe, ao observar as células retiradas de um nódulo mesentérico de um gato com linfoma. De lá para cá muito já se descobriu, inclusive que animais sem sintomas, aparentemente saudáveis, podem ser portadores e transmitir a animais não infectados. Uma a cada três gatos que tem contato com o vírus é infectado. De uma forma simples e descomplicada esse artigo traz informações sobre essa doença perigosa, com alta taxa de mortalidade e alta prevalência e que pode ser a porta de entrada para doenças oportunistas.

O que é FelV?

É uma doença infecciosa causada por um retrovírus, do gênero Gammaretrovírus, que causa imunodeficiência e doença neoplásica. E pode ser classificada em quatro subgrupos FeLV- A, B, C e T, variando entre eles o grau de virulência e patogenicidade. Apenas a FeLV-A é infecciosa e transmissível de um gato para outro, as demais surgem em gatos infectados por mutação e recombinação.

Meu gato pode ter FeLV?

Sim, todos os gatos que tiverem contato com o vírus podem ser infectados. Mas os felinos, machos, adultos, não castrados, com acesso à rua estão entre os mais infectados. Gatos filhotes são mais suscetíveis a se tornarem persistentemente infectados, ou seja, são animais contaminados no útero da mãe durante a gestação que resistem ao longo do seu desenvolvimento e após o nascimento se tornam assintomáticos (sem sintomas), apesar de saudáveis, eles podem espalhar a infecção.

Como o gato pode se infectar?

A principal forma de transmissão é o contado com saliva e secreções nasais de gatos infectados, por esse motivo que gatos com acesso à rua ou que vivem com outros gatos tem maior chance de contrair o vírus. Filhotes podem ser contaminados por meio dos cuidados da mãe, leite ou mesmo pela transmissão via placentária durante a gestação. A transmissão via urina, fezes, aerossóis e o meio ambiente, também pode ocorrer, porém essas são menos comuns, visto que o vírus é sensível ao meio ambiente e pode ser inativado por detergentes comuns, calor, álcool ou alvejante. Mesmo sem o uso de produtos químicos, o vírus sobrevive no ambiente por apenas uma semana.

Sintomas

Os sintomas podem sem inespecíficos e vão depender dos órgãos atingidos e do tipo de doença que o vírus vai desencadear. Sinais clínicos como: perda de peso, depressão, anorexia, febre, estomatites/gengivites, linfoma, leucemia, anemia, aborto, natimortalidade estão entre os sinais de contaminação pelo Vírus da Leucemia Felina. O período de incubação da doença pode variar de meses a anos. Cerca de 30% dos gatos expostos ao vírus desenvolve uma infecção progressiva e doença associada ao vírus da FeLV e que, cerca do dobro desenvolve uma infecção regressiva. Após o aparecimento dos sinais clínicos, 80% dos gatos infectados morrem dentro de 2,5 a 3,5 anos.

Como é feito o diagnóstico?

Primeiro é importante ressaltar que nem todo gato positivo para FeLV tem sintomas, por isso é importante testar os animais durante o checkup, em especial os que fazem parte do grupo de risco. Existem kits comerciais licenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para testes de FeLV. Mas cabe ressaltar que nenhum teste de diagnóstico é sempre 100% preciso, sendo necessário confirmar os resultados positivos e fazer exames complementares. O diagnóstico correto se faz necessário não apenas para o tratamento correto, mas também para os não infectados, visto que a falha no diagnóstico dos positivos pode espalhar a doença.

Como tratar o gato positivo Felv?

O diagnóstico positivo de FeLV costuma assustar os tutores. Embora se trate de uma doença sem cura, a evolução do conhecimento sobre sua forma de ação e tratamentos, oferecem uma melhor qualidade de vida aos pacientes. Sem dúvida nenhuma o melhor tratamento deve ser elaborado e prescrito pelo Médico Veterinário de sua confiança, que pode avaliar o estágio da doença e se existe infecção secundária por outra enfermidade.
Porém, algumas orientações são importantes. O animal positivo deve ser mantido em casa, para diminuir o risco de adquirir infecções oportunistas e não contaminar outros gatos. Para aqueles que tem mais gatos na casa, o tutor deve isolar o animal infectado dos demais, mesmo que isso não seja fácil. A castração também é indicada, desde que o animal esteja clinicamente estável para ser submetido ao procedimento. Exames de rotina, clinico e laboratorial, devam ser feitos pelo menos duas vezes por ano nos infectados. E ficar atento a qualquer sintoma e mudanças comportamentais.

Existe Vacina para FeLV?

Sim, já se existem vacinas e protocolos vacinais, uma conversa com o veterinário pode indicar a melhor forma de imunização, levando em conta a idade e a forma de vida do bichano. Ainda não se sabe o período de duração da imunização, sendo que a American Association of Feline Practitioner’s (AAFP) aconselha o reforço anual e afirma que a vacinação deve ser feita no membro posterior esquerdo, devido ao risco do desenvolvimento de sarcomas vacinais. Além disso, sugere que os gatos sejam testados antes de serem vacinados contra o FeLV.

O que fazer para diminuir a transmissão?

A melhor forma de se iniciar um controle é gerando informação, é importante que os tutores, saibam como evita e como proceder em caso de suspeita. A realização de programas de conscientização para realização de teste, que permitirá a seleção e isolamento dos positivos. As campanhas de imunização para o controle da disseminação. São ações que aos poucos modificam positivamente a realidade atual.

A FeLV é uma doença de extrema importância para os gatos domésticos e deve ser levada a sério não apenas pelos profissionais, mas também pelos tutores. Espero que suas dúvidas tenham sido esclarecidas. Agora você já sabe da importância de prevenir e diagnosticar corretamente essa doença que pode causar sofrimento prolongado e morte aos peludos.

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