Assim como seus humanos, os pets, também podem ser acometidos por problemas oftalmológicos. E o glaucoma está entre eles, sendo um dos maiores causadores de perda de visão em cães e gatos, embora a incidência nos felinos seja menor. Trata-se de uma doença progressiva, silenciosa, assintomática (sem sintomas aparentes) na fase inicial, sem cura, que tem como consequência dor, desconforto e perda progressiva da visão. Cerca de 40% dos cães diagnosticados perdem a visão.
O glaucoma é uma síndrome, definida como sendo um grupo de doenças que tem como principal fator de risco, a elevação da pressão intraocular (PIO) que danifica o nervo óptico. Se não tratado, os danos contínuos a essa estrutura, podem levar a defeitos no campo visual, perda progressiva da visão e cegueira.
A elevação da PIO está relacionada com o aumento do líquido presente no olho. Chamado de “humor aquoso”, responsável pela nutrição da córnea e do cristalino e ajuda a manter a forma esférica do olho. Sua produção é contínua e o comprometimento da drenagem normal, leva a um aumento na PIO, que será responsável pelas lesões.
Não, o glaucoma é uma afecção multifatorial, com diferentes características físicas, e causas, sendo sua classificação bem complexa. Regra geral, são classificados conforme sua origem, em primário e secundário. O primário é de origem congênita, ou seja, passa para as gerações seguintes, sendo de difícil identificação. O secundário é aquele que, por algum motivo, a drenagem do líquido aquoso é comprometida, este tende a ter maior prevalência que o primário. A identificação correta é essencial para a escolha da terapia adequada.
Como estamos falando de uma doença silenciosa e assintomática em estágio inicial, a melhor e mais eficiente forma de identificar, é manter um acompanhamento veterinário, os sintomas iniciais normalmente não são percebidos pelos tutores. Os sintomas do glaucoma podem se confundido com outros problemas oculares, e oscilam conforme a fase da doença, por isso a importância de uma avaliação profissional.
Sinais como: vermelhidão dos olhos, lacrimejamento excessivo, dor (expressada ao esfregar os olhos com as patinhas ou sobre uma superfície), aumento globo ocular, dilatação pupilar, opacidade do olho, perda da visão (começa a se chocar com móveis ou objetos que não estão no local rotineiro), aumento da agressividade, desorientação, falta de apetite, podem estar relacionadas com a síndrome glaucomatosa.
Como é feito o diagnóstico do glaucoma?
O médico veterinário é o profissional habilitado para fazer o diagnóstico dos peludos com suspeita de glaucoma. Além da anamnese e o exame clínico, exames como tonometria (mede a PIO), gonioscopia (avalia o sistema de escoamento do olho) e oftalmoscopia (avalia o fundo de olho) são indicados. A ultrassonografia e a eletrorretinografia (avalia a funcionalidade da retina) são exames complementares bastante úteis.
É sempre bom lembrar, que o diagnóstico precoce faz toda a diferença para o sucesso do tratamento.
Quando diagnosticado precocemente e tratado corretamente, as consequências são minimizadas e seu pet, com algumas adaptações, pode levar uma vida digna. Porém, quando não tratado, a consequência é a perda completa e irreversível da visão, e em alguns casos a remoção do olho afetado. A qualidade de vida decai em função da dor, alterações comportamentais e a recorrência de inflamações oculares.
Sim, não tem cura, mas o tratamento reduz, retarda ou mesmo interrompe a evolução das lesões causadas pelo aumento da PIO. O protocolo de tratamento vai depender do tipo de glaucoma, do quadro do paciente e da gravidade (fase) da doença.
Basicamente são usados colírios para controle da PIO, analgésicos e/ou anti-inflamatório, para as dores e em casos mais graves procedimentos cirúrgicos, para isso, ter um médico veterinário de confiança e capacitado, para tratar e acompanhar seu filho de quatro patas, para impedir a evolução da doença.
Se a suspeita se confirmar, e seu bichano for diagnosticado com glaucoma, o mais importante é seguir rigorosamente o tratamento prescrito pelo médico veterinário.
Alguns cuidados e adequações na rotina podem ajudar na adaptação dos pets que apresentam perda parcial ou total da visão.
O glaucoma é a causa mais comum de cegueira em humanos, pelo menos metade das pessoas que tem glaucoma não sabem que tem a doença, se para os humanos a situação é difícil, imagina para pets.
Embora seja uma enfermidade sem cura, com o tratamento é possível impedir a piora das lesões. Infelizmente ainda é muito comum os animais chegarem já com lesões irreversíveis, ressaltando a importância de um acompanhamento adequado e o diagnóstico precoce para retardar ou interromper a perda da visão.
Cuide de quem sempre está ao seu lado.
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