Você já ouviu falar de TAA – Terapia Assistidas por Animais? Se não oficialmente e com enfoque científico, com certeza, já ouviu falar dos benefícios de se ter um pet, conhecidos e descritos pela ciência. E porque não usar deste benefício para ajudar/auxiliar no tratamento e recuperação de pacientes? Isto mesmo, alguns hospitais, ambulatórios, clinicas de recuperação, casas de idosos, instituições que trabalham com pacientes com deficiência física e cognitiva, vem utilizado dessa estreita relação de afeto para melhorar os resultados dos tratamentos.
A TAA vem sendo aplicada pelo mundo, no Brasil algumas instituições e órgão ligados a saúde humana já estão adotando este tipo de terapia, embora ainda com algumas dificuldades, pela carência de estudos e falta de protocolos com normas específicas para sua aplicação, gerando alguns entraves para a disseminação e aplicação da técnica. Porém, suas vantagens são reais e conquistam cada vez mais lugar dentro das instituições.
Existe risco para paciente que tem contato com o animal? Essa é uma dúvida muito comum e uma das primeiras questões levantadas quando se trata de TAA. Mas precisamos lembrar que o animal para ser apto, passa por uma série de avaliações e requisitos, e que estudos comparativos sobre a incidência de infecções hospitalares entre os hospitais que receberam a visitação dos cães, com os que não receberam, revela que os índices são semelhantes e concluindo que, é mais fácil um visitante humano transmitir infecções ao paciente, do que os cães quando higienizados e imunizados corretamente. É claro que o risco existe, mas não é assim como imaginamos.
Porque a presença ou a visita de um pet pode influenciar na recuperação de enfermos? O convívio homem-animal se estende a milhares de anos. Os animais sempre tiveram um papel fundamental na subsistência e existência do homem. Porém, nos últimos anos a relação de proximidade e afeto tem se mostrado muito forte, com efeitos positivos para saúde como a melhoria do padrão cardiovascular, diminuindo da pressão arterial e dos níveis de colesterol, aumento da concentração plasmática de endorfinas, ocitocinas, prolactina, dopamina, aumento da socialização, diminuição da ansiedade, estresse e solidão, sensação de conforto e bem-estar, entre outros. Baseado em todo esse histórico de benefícios a aplicação de animais como “coterapeutas” tem sido usada visando melhorias nas áreas físicas, mentais e sociais. E os benefícios vão além do paciente, interferindo positivamente na equipe de enfermagem e médica, melhorando convívio enfermeiro-paciente e reduz estresse e a ansiedade dos familiares e acompanhantes.
Várias espécies e animais pode ser usado durante a TAA, desde que o mesmo, não ofereça riscos à saúde humana. Essa interação do homem com animal, seja ele de estimação ou não, proporciona sentimentos, no homem, como: fascínio, empatia, sensação de bem-estar, amor, afeto e amizade. Entre os animais, o cão tem sido o mais utilizado, porque possui uma afeição natural pelas pessoas e um comportamento parecido, podendo ser facilmente adestrado e capaz de gerar bons estímulos ao toque.
Para o animal ser um “coterapêuta” ou “coeducador”, ele deve passar obrigatoriamente por um protocolo médico, tendo a sua saúde avaliada e monitorada por um médico veterinário. O cumprimento de ações como manter a vacinação anual completa e atualizada, vermifugação periódica, rotina de higienização prévia as visitas, que incluem banho, escovação de dentes e pelos e limpeza dos ouvidos. Além disso, o animal precisa atender alguns características e requisitos que são essenciais para sucesso da terapia. Deve ter temperamento dócil, carinhoso, paciente, tolerante, equilibrado, tranquilo, previsível, confiável, ser sociável com pessoas estranhas e conviver bem com outros animais. A idade recomendada para cães é de 1 a 9 anos, animais muito jovens costumam ser muito ativos, e os idosos, costumam se cansar muito após as visitas. E é claro, as visitas não devem ser estressantes para os animais, ou seja, eles têm que “gostar” de participar do processo.
Aperas de todos estes benefícios a TAA não pode ser indicada para todos os tipos de pacientes. Existe situações onde a terapia é contraindicada, como para pacientes que apresentem alergias, dificuldades de respiração, medo e fobias de animais, imunidade baixa, feridas abertas e que apresentem comportamento agressivo, que possa vir a machucar e maltratar o animal.
A utilização dos animais é uma ferramenta de grande valor para recuperação de pacientes, diminuindo inclusive o tempo de permanência e dos traumas gerados pela hospitalização. Proporcionando benefícios a toda equipe médica, familiares e acompanhantes.
Você sabia que os animais têm todo este poder? Mas é sempre importante lembrar que para tudo isso acontecer com segurança e trazer bons resultados é preciso uma equipe multidisciplinar, treinada e comprometida.
O amor dos pets pelo homem é capaz de curar.